Sonia Andrade
Li outro dia que tudo que vicia começa com a letra C. Depois de pensar sobre o tema, descobri que a teoria faz algum sentido. Começando pelas drogas ilícitas, como crack e cocaína, passando para o cigarro e seus parentes próximos, cachimbo e charuto, indo para as bebidas como cachaça, cerveja e café, além da comida de que precisamos para viver, tudo começa com C e podem causar compulsão.
Existem também coisas positivas associadas à mesma ideia. Conhecimento, cultura e criatividade, por exemplo. São vícios que nos fazem crescer, como ir ao cinema e ler crônicas de autores preferidos.
Lembrei também dos ciclos da vida com seus correspondentes círculos de amizade e companheirismo. Cadeira de balanço na calçada para conversar e contar histórias. E o que dizer do calor de um colo, com carinho e cafuné? Chinelo caseiro, chupeta e cantigas de ninar. Cores e cheiros, como compota de caju cozinhando no fogo a carvão ou canjica com cravo e canela.
Recorri a imagens evocadas por Zélia Duncan na sua crônica semanal, que acordou criança colando adesivos coloridos na bancada. Em seguida, buscou o carinho desinteressado da cachorra Capitu e passou a fazer uma lista de antídotos contra a desesperança: “cair de braçada num sorvete de avelã, chocolate Bis no congelador, correr uma maratona e conseguir sorrir no km 35, comer pão na chapa com chocolate quente, cuidar da casa e carregar as baterias de alegria esperançosa”.
Isso tudo são conceitos curiosos, mas cheios de charme.
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Texto leve, interessante e muito gostoso de ler/
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Gente, que coisa engraçada: nunca leio os comentários, antes de escrever o meu/ mas tem vezes que, por coincidência, falo algo que alguém ja falou/ mas no caso aqui FOI DEMAIS! / que coisa! mas vou deixar assim pq assim escrevi/
Texto gostoso de ler, leve, com um toque de humor que nos conduz curiosos, com delicadeza, a cada passo em direção a cadeira de balanço na calçada…ao chinelo caseiro… às cores, aos cheiros de compotas de caju cozinhando no fogão a lenha…uma delicia de texto, amei!