É preciso um precipício
Me jogar!
Apreender o princípio
do renascimento
O erro incorrigível
O instante anterior
ao desassossego
Naufragar é preciso
Se molhar, se perder no mar
Porque viver não é preciso
É onda, vento, sol, trovoada!
A precisão de um precipício
É isso!
Mas é preciso mais
que um salto, um pulo,
Um beijo roubado
Um cão alado
Que insanidade voar
Sem saber das asas!
Somente a doçura cega
de um amor canino!
Preciosa cauda a balançar
Sem precisar!
Por ser feliz, por despertar
A vista de outros olhos
Olhos líquidos de lagoa
O afago, a companhia
Inflar e derreter ar quente
Língua pendente de tapete
Quente, úmido, macio
Tudo que é preciso
Num abraço que te reinicia.
12 Comments
Lindo é seu carinhoso comentário!
Lindo, lindo poema, desses que me REINICIAM.
Acho que seu poema realmente conversa com meu texto. Se talento pra poesia eu tivesse, é desses que gostaria de ter escrito. Parabéns!
Vaneska
Vi o começo de uma paixão; a intensidade da explosão de uma nova estrela. Amar.
A arte não é necessária; é precisa e imprescindível como um beijo.
Me senti plenamente beijada com sua poesia.
Tudo que nos abraça e aquece o coração é válido, desde um salto até uma sopa quentinha. 🙂
Lindo poema! Sim, às vezes é preciso um precipício, uma liberdade, um descontrole. Mas o final é que é lindo mesmo, pois volta pro seguro, pro aconchego: "Tudo que é preciso num abraço que te reinicia", ainda que seja o abraço do precipício e do vão/voo livre.
Viver é precioso! 😀
Queda livre, arrojada e bonita, Mônica!
M. Júlia
Obrigada!
Esse poema é expetacular! Lindas imagens!