Abro os olhos, já é dia e ensolarado, mas é domingo, então não faz mal ficar na cama. Um cheirinho de café vem do andar de baixo e entra pela fresta da porta. Um dia ensolarado e o cheiro do café são dois motivos válidos para eu me levantar da cama, penso. Logo depois me lembro que o sol daqui não esquenta e que o café não é passado em filtro de pano nem servido em bule de ferro. Decido continuar na cama. Abro meus e-mails na tela do telefone e passo os olhos procurando algo interessante. Meu horóscopo diário, sempre interessante. Ouvi dizer de uma astróloga amiga minha que a crise atual está refletida nos céus em uma tríplice conjunção entre Júpiter, Saturno e Plutão. A mesma conjunção ocorreu em outros momentos de grandes mudanças na história da humanidade. São momentos em que o vento muda, mas não muda assim sutilmente, é vento tipo furacão. Mas e o meu vento para onde estará soprando? Leio as minhas previsões e me pergunto: mas o que posso eu diante de Júpiter? Concluo sabiamente: posso descer e preparar uma robusta xícara de café. O resto depois a gente vê…
Escrevinhadoras
- Angela Fleury
- Carolina Geaquinto
- Dora Machado
- Elaine Morais
- Eliana Gesteira
- ESCREVINHADORA CONVIDADA
- Escrevinhadora convidada: Júlia Alexim
- Escrevinhadora convidada: Luiza Monteiro
- Janaína Perotto: Escrevinhadora convidada
- Luiza Vianna – Escrevinhadora convidada
- Magaly Cunha Barroso
- Maria Júlia
- Mônica Lobo
- Uncategorized
- Vaneska Mello
Nuvem de temas
alteridade (5) amor (2) ana paula cruz (4) autoengano (4) botas (2) café (7) Comida (2) destruição e recriação (5) dialogo (5) elaine morais (3) elisa sharland (6) equilibrio (6) escrevinhadora convidada (39) escrevinhador convidado (8) exercício de fotografia (3) existirmos a que será que se destina? (5) Fé (7) gato (2) inez garcia (3) isolamento (5) Janela (4) jerusa nina (2) jurandir de oliveira (9) júlia v (7) Júpiter (7) lidia liacora (4) medida certa (3) memórias (4) objeto (3) palavras-palavras (5) palavras difíceis (7) primeira vez (5) Rubem Braga (3) sentimentos (2) sonia andrade (6) tema livre (8) Tempestade (2) texto a partir de poesia (3) trem (3) Vento (7) vestimenta (2) Viagem (6) vida (2) virginia woolf (4) é preciso (6)Meta
5 Comments
Elaine disse (quase) tudo: o sol daqui não esquenta, o café não é passado em filtro de pano nem servido em bule de ferro.
Leve e agradável!
Levantar da cama em tempos de grandes incertezas é a cada dia ter a imaginação desafiada para criar um novo dia que não é novo, mas precisa ser. Um xícara de café é um bom começo, dá até para pensar melhor depois de beber. Quem sabe a noite não termina com uma xícara de chá…
O dia começa e com ele chegam as indecisões, as lembranças e até as especulações astrológicas. Diante das incertezas sobre o mundo e sobre si mesma, a solução é um bom cafezinho, mesmo que não seja passado em coador de pano e servido em bule de ferro. A lição que ficou para mim, depois da leitura do texto, é que, diante das inconstâncias da vida, nada melhor do que preservar o bom humor.
O texto nos faz ver que sempre existe uma esfera da ação individual que independe da vontade dos astros, mas será mesmo? Diante da tríplice conjunção, fazer um café e escrever, com humor e leveza, não é pouca coisa!
Uau, adorei sua reflexão. Obrigada e seguimos com bom humor e leveza sempre!