Jurandir de Oliveira
A translúcida folha flutua no lago bailando uma canção para a lua.
Flutua…e a brisa caprichosa, encrespa suas bordas tênues. A folha rodopia e todo o bosque parece envolvido nesse tema. De repente, pequenas gotas de chuva tornam o baile mais intenso. E o reflexo da lua se contorce por instantes, para logo voltar à sua forma original. Uma formiga, ilhada, mas sem sequer mudar de ritmo, se move na direção de outra folha, quando essas se tocam pelo efeito da brisa. Parece adivinhar cada passo do universo. Menos o do homem que, interpondo um dedo entre uma folha e outra, a faz mergulhar na escuridão do lago. Na luta da formiga por sobreviver, esperneia, buscando alguma folha onde agarrar-se, enquanto o homem divertido, a vê afundar pouco a pouco.
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