Julia V.
Para minha tia Nádia
Sou macumbeira, converso com entidade, venero estátuas, sigo conselhos de pessoas inspiradas por espíritos. Mas meu coração é bom.
Sou feminista, pela legalização do aborto. Esquerdista, pelos direitos dos pobres, dos excluídos, das minorias, de toda aquela gente que você acha chata e que atrapalha o teu sono, gosto é delas. Pode acreditar quando digo: minha alma é boa.
Sou separada, não tenho marido, faço sexo – quando faço – é só por prazer, porque amar (e ser amada) está difícil. E nem venha me dizer que é porque não sou bonita o suficiente para “prender” um homem, já ouvi muito isso, cansei, mude a playlist. A verdade é a seguinte: apesar de tudo isso, sigo sendo uma pessoa de coração e alma boa.
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Júlia, você é ótima com suas mini-crônicas bem "pós-modernas", cruas e sem rodeios.
M.Júlia
A gente já dá de cara com o irônico pedido de desculpas quando se depara com a adversativa "mas", sutil e delicado.
Gosto do texto seco, sem rodeios: diz o que há pra ser dito e vai embora – estilo Júlia V. rs.
Vaneska