O que não permite que se alimentem de seu medo.
O de alma invulgar que não quer chegar mais cedo.
O que sendo minoria, rechaça.
O que sendo maioria, entende de onde não se pode falar.
O que guarda tempo para não ter pressa.
O ridicularizado que não perde sua humanidade.
O que planta flores em seu cubículo.
O privilegiado que não faz pouco de suas garantias.
O que reescreve contos de fada e acorda as crianças.
O que escreve com entranhas.
O que não se deixa marcar a ferro.
O que desenha, rabisca e se rasga.
O que se mantém de pé.
O que quando perde, sabe que não se perde tudo.
“Essas pessoas, que se ignoram, estão a salvar o mundo.”
* citaçao de Jorge Luiz Borges, Os Justos.
* arte de Renan SantOZ e Patrick Rigon
6 Comments
Salve! Salvemos!
Acho que o tema da alteridade já está aí, o poema se constrói da compreensão do outro a um modo de vida que procura resistir e ser forte
Maria Júlia: Versos que vêm de dentro num momento decisivo. Agora, guardemos tempo para não ter pressa!
Versos que vêm de dentro num momento decisivo. Agora, guardemos tempo para não ter pressa!
O que mesmo com medo
acredita na sorte
O que mesmo sem certeza
caminha na virada
Vira sonho! Vira!
É isso, Monica!